Dislexia, educação superior e aprendizagem: uma análise da subjetividade e dos processos compensatórios a partir da teoria histórico-cultural
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2019-07-12Metadatos
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Esta Tese de Doutorado em Educação está vinculada à linha de pesquisa Educação Especial, Inclusão e Diferença do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFSM. Fundamenta-se na Teoria Histórico-Cultural, em especial, nos conceitos de tomada de consciência e processos compensatórios definidos por Vigotski e o conceito de subjetividade desenvolvido por González-Rey inspirado nos estudos Vigotskianos. Fez-se uso também de referências para compreender o que é a dislexia, suas causas, características e classificações. A investigação teve como objetivo compreender como os processos compensatórios e a subjetividade podem influenciar a forma como as pessoas com Dislexia se constituem em seu processo de aprendizagem na Educação Superior. Estabeleceu-se como objetivos específicos: (re)conhecer quais as dificuldades dos estudantes com dislexia frente ao seu percurso acadêmico na Educação Superior; identificar as formas de compensação que os estudantes com dislexia utilizam para lidar com seu processo de aprendizagem e analisar como a subjetivação influencia esse processo. O lócus da investigação foi a Universidade Federal de Santa Maria, RS. Os sujeitos da pesquisa, identificados como Alfa, Beta e Gama, são estudantes de cursos de graduação da instituição e possuem diagnóstico de dislexia. Para fins dessa pesquisa, também foram entrevistados seis professores desses sujeitos e que se disponibilizaram a contribuir com a investigação. Adotando uma abordagem qualitativa, a pesquisa utilizou como método o estudo de casos múltiplos e a coleta de dados foi realizada através de entrevistas semiestruturadas. Para a análise dos dados utilizou-se a técnica de Análise de Conteúdo. A partir das análises das entrevistas foram identificadas duas categorias: formação de professores e convivendo com a dislexia. Ambas foram divididas em subcategorias. Constatou-se que os professores não se sentem preparados para atuar frente a estudantes com transtornos específicos. Atribui-se esse despreparo à formação inicial insuficiente, à falta de proatividade dos professores e poucas oportunidades de formação oferecidas pela instituição. Compreendeu-se também que a subjetividade se constitui a partir da tomada de consciência e das vivências de cada sujeito permeadas pelos sentidos atribuídos a elas de acordo com as experiências anteriores desses sujeitos. Assim, a subjetividade está em constante formação e transformação. As dificuldades próprias da dislexia motivam os sujeitos a buscar estratégias e processos compensatórios para poder ter acesso ao conhecimento, aprender e também poder demonstrar esse aprendizado. Os processos compensatórios podem ser classificados como funcionais (estratégias de estudo e recursos, ativação de diferentes áreas do cérebro envolvidas no processo de leitura e escrita) e psicológicos (modo de lidar com as dificuldades e a autoestima). Concluiu-se que a subjetividade, por se constituir a partir das vivências e dos sentidos a ela atribuídos, influencia as atitudes de cada sujeito. Consequentemente, influencia a mobilização desses sujeitos em busca de estratégias e recursos para compensar as dificuldades pertinentes à dislexia.
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