Movimentos de identidades marginais em Ciranda de pedra, de Lygia Fagundes Telles, e Todos nós adorávamos caubóis, de Carol Bensimon
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Data
2019-02-22Primeiro membro da banca
Pereira, Andre Luis Mitidieri
Segundo membro da banca
Cardoso, Rosane Maria
Terceiro membro da banca
Silva, Vera Lucia Lenz Vianna da
Quarto membro da banca
Calegari, Lizandro Carlos
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Esta pesquisa tem como proposta central investigar de que modos acontece a
representação de sujeitos historicamente marginalizados nas obras Ciranda de pedra (1954),
de Lygia Fagundes Telles, e Todos nós adorávamos caubóis (2013), de Carol Bensimon.
Trata-se de um trabalho de teor temático-formal, uma vez que o objetivo é analisar a hipótese
de um movimento de personagens mulheres homossexuais, das margens ao centro da
estrutura do romance brasileiro contemporâneo. Para isso, primeiramente foi realizada uma
discussão de questões estruturais da narrativa romanesca; em um segundo momento, foram
discutidas questões diversas, de cunho teórico e crítico, referentes aos conceitos de
identidade, sexualidade, identidades de gênero (à luz da teoria queer) e referentes à presença
da homossexualidade feminina na literatura brasileira e a uma possível literatura gay. Foram
analisadas as estratégias discursivas e formais utilizadas na construção das imagens
identitárias das personagens lésbicas das obras; quem fala (por elas), o que e de que lugar
se fala. Problematizou-se a relação margem-centro no campo da dominação simbólica na
representação literária e suas implicações na construção dos sentidos das obras e das
imagens de mundo e de sujeitos que estão construindo. Foram apontados, evidenciados e
analisados, a partir das obras de Telles e Bensimon, mecanismos que confrontam ou
perpetuam sistemas de exclusão de sujeitos sociais no universo simbólico da literatura. A
investigação, nesta parte, também se ocupa de questionamentos como: Que diferenças
temporais das concepções de sujeito, identidade e sexualidade estão evidenciadas nas duas
representações? Que modificações acontecem nos lugares de fala das personagens, na obra
de 1954 e de 2013, a partir de suas categorias narratológicas, e que implicações históricas,
sociais, culturais e literárias acarretam? Por fim, o que significa, estética e socialmente, esse
suposto movimento da personagem marginal ao centro da narrativa romanesca e que
concepções e mudanças empíricas esse deslocamento pode estar representando? Finalizase
com a análise comparatista das duas obras, evidenciando as diferenças (e implicações)
entre uma literatura de representação e outra de subjetivação do sujeito homossexual.
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