Otimização na produção do concentrado proteico de farelo de arroz e utilização na alimentação do jundiá (Rhamdia quelen)
Resumo
O presente estudo foi realizado com o objetivo de avaliar os efeitos da inclusão do
concentrado proteico de farelo de arroz (CPFA) sobre os parâmetros de crescimento,
respostas metabólicas (plasmáticas e hepáticas), deposição de nutrientes e enzimas
digestivas de jundiás (Rhamdia quelen): em substituição a farinha de peixe. Para o
desenvolvimento e escolha do melhor processo para obtenção do CPFA a partir do farelo de
arroz desengordurado e desfitinizado (FADD), foi testada a influência do processo de
extrusão do FADD sobre a extração e concentração da proteína do FADD in natura e
extrusado. Os resultados obtidos indicaram que o processo de extrusão per se ou
combinado com a metodologia de concentração, não foi eficiente para elevar o teor de
proteína bruta (PB) do farelo in natura, apresentando valores inferiores (P<0,05) em
comparação ao concentrado proteico obtido a partir da FADD in natura. Após a obtenção e
escolha do concentrado com maior teor de PB (42,39%), a proteína do CPFA foi inclusa em
diferentes níveis (25, 35, 45 e 55%) em substiuição a proteína da farinha de peixe, nas
dietas para jundiás. Um ensaio biológico foi conduzido durante 45 dias experimentais, onde
300 jundiás, com peso médio inicial 10,28 ± 0,19 g foram distribuídos aleatoriamente e
alocados em 15 tanques de polipropileno (20 peixes por tanque) com volume de 100 L
conectados a um sistema de recirculação de água termorregulado. Os peixes foram
alimentados com as dietas experimentais, três vezes ao dia (9h, 13h30min e 17h), até a
saciedade aparente. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com cinco
tratamentos e três repetições. Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA)
e as médias comparadas ao teste de Tukey (P<0,05). Ao final do período experimental,
foram observadas queda no desempenho (P<0,05) sobre os parâmetros de ganho de peso,
taxa de crescimento específico e ganho de peso relativo nos peixes alimentados com as
dietas contendo 45 e 55% de inclusão do CPFA. Para proteína total depositada, foi
verificada a redução (P<0,05) nos peixes que receberam as dietas contendo 35% ou mais da
inclusão do CPFA. A maior atividade da enzima digestiva tripsina foi observada nos peixes
alimentados com as dietas 35% de CPFA. Não foram observadas diferenças (P<0,05) para
as respostas metabólicas plasmáticas e hepáticas. A concentração proteica realizada a partir
do FADD in natura, permitiu a obtenção de um concentrado com maior teor de proteína
bruta (42,39%). Quanto aos resultados do ensaio biológico, foi observado que a inclusão de
até 35% do CPFA em substituição a proteína advinda da farinha de peixe não afeta
negativamente os parâmetros de crescimento, metabólicos, deposição de nutrientes e
enzimas digestivas de jundiás (Rhamdia quelen)
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