Produção diagnóstica no contexto escolar: um olhar para a medicalização da aprendizagem
Fecha
2021-06-29Primeiro coorientador
Schmidt, Carlo
Primeiro membro da banca
Christofari, Ana Carolina
Segundo membro da banca
Negrini, Tatiane
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
A presente pesquisa versa sobre a produção diagnóstica no contexto escolar, a partir das
dificuldades para aprendizagem e de comportamento e suas relações com o processo de
medicalização na educação. Como questionamento norteador, o estudo pretendeu responder de
que forma estamos produzindo diagnóstico no contexto escolar a partir de uma lógica
medicalizante? O estudo foi realizado na Rede Municipal de Ensino de Agudo, no Rio Grande
do Sul. Para responder tal questão, o objetivo desta pesquisa visou compreender como ocorre a
produção diagnóstica no contexto escolar a partir dos discursos medicalizantes das dificuldades
para a aprendizagem. Desse modo, para atingir determinado fim elencou-se: 1). Conhecer
através de uma Revisão Sistemática como os processos de medicalização têm se manifestado
no contexto escolar nacional. 2). Analisar como os professores têm caracterizado e identificado
os sujeitos que não aprendem e/ou que têm dificuldades no seu processo de escolarização. 3).
Investigar os possíveis efeitos da presença do diagnóstico nas configurações das práticas
pedagógicas dos docentes. Nesse sentido, este trabalho caracterizou-se por ser uma pesquisa
exploratória, inserida em uma abordagem qualitativa de investigação. Como instrumento de
produção de dados utilizou-se entrevistas semiestruturadas com professores que atuam no sexto
ano do ensino fundamental. Os dados produzidos foram analisados com base da análise de
conteúdo (BARDIN, 2010), a partir de duas categorias: a primeira referente à Produção do
diagnóstico a partir das dificuldades para aprendizagem e de comportamento atribuídas em
diferentes fatores, como subcategorias, foram apresentadas em diferentes condições, como:
atribuição ao sujeito; atribuições ao sistema escolar; atribuição às famílias; atribuições a fatores
ambientais; e a segunda categoria compreendeu os efeitos da presença do diagnóstico na
configuração das práticas pedagógicas. Como resultado identificou-se que as justificativas que
perpassam pelo aluno são em relação a dificuldade de sistematizar o conhecimento no caderno,
timidez, desatenção, falta de vontade e uso de medicamentos; além das explicações
direcionadas ao próprio aluno, há direcionadas ao sistema escolar a partir de uma concepção
sobre a não reprovação; sobre as famílias que são “desestruturadas” e, por vezes, não
conseguem dar o auxílio necessários aos alunos, e, ainda, atribuições aos fatores sócio
ambientais, vinculados a classe social e condição onde vivem. Em relação há quais efeitos a
presença do diagnóstico tem na configuração das práticas pedagógicas, são citadas pelos
professores a condição do processo formativo docente, e a sensação de não estarem preparados;
o planejamento e a implicação em proposição de atividades pedagógicas diferenciadas; e a
forma que acontece o processo avaliativo do aluno.
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