Sensibilidade de fungos termorresistentes aos sanitizantes e influência de diferentes condições sobre a eficácia antifúngica destes agentes
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Data
2021-08-20Primeiro membro da banca
Gasperini, Alessandra Marcon
Segundo membro da banca
Rocha, Liliana de Oliveira
Metadata
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Este estudo teve como objetivo avaliar a sensibilidade de fungos termorresistentes (Aspergillus australensis MB 2579; NFF 02; Aspergillus aureoluteus NFC1; Paecilomyces fulvus PFF 01; Paecilomyces niveus PNT 01; PNDC 01; PNB1 01; PV 01; e Paecilomyces variotii PV 01; PV 01; PVCH 03) para um desinfetante fumigante (orto-fenilfenol) desinfetantes químicos (cloreto de benzalcônio, biguanida, iodo, ácido peracético e hipoclorito de sódio) e água eletrolisada (ácida e alcalina) e para avaliar a influência de diferentes variáveis (tipo, concentração, tempo de exposição, temperatura e presença/ausência de carga orgânica) na eficácia de sanitizantes químicos contra cepa padrão para ensaios de sanitização Aspergillus brasiliensis (ATCC 16404). Para avaliar a sensibilidade de fungos termorresistentes à água eletrolisada e desinfetantes químicos, bem como para avaliar a influência de variáveis na eficácia dos desinfetantes, os testes foram realizados de acordo com as normas do Comitê Europeu de Normalização (CEN), com adaptações. Para os testes com gerador de fumaça higienizante contra as espécies termorresistentes, foram seguidas as regras do protocolo francês NF-T-72281, específico para desinfetantes difundidos por via aérea. Dentre os desinfetantes testados contra as espécies termorresistentes, os desinfetantes como ácido peracético (1%) e o gerador de fumaça a base de ortofenilfenol apresentaram os melhores resultados em relação às espécies testadas. O contrário foi observado para os sanitizantes hipoclorito de sódio e biguanida, que foram ineficazes em relação à maioria das espécies estudadas. As diferentes concentrações de água eletrolisada testadas, nos tipos ácido e alcalino, foram ineficazes e não atingiram a redução mínima de 3 log UFC exigida pela regulamentação. Além disso, observou-se que as espécies termorresistentes apresentaram variação na sensibilidade quando expostas a diferentes compostos. Quanto ao estudo dos fatores interferentes, observou-se que todas as variáveis testadas influenciaram na eficácia antifúngica dos sanitizantes contra a cepa padrão Aspergillus brasiliensis (ATCC 16404). A presença de carga orgânica foi capaz de reduzir a eficácia do desinfetante em até 1,5 log UFC. A concentração do produto também interferiu significativamente na eficácia de cada composto, com a concentração máxima de uso recomendada pelo fabricante atingindo a melhor inativação microbiana, mas mesmo assim não atingindo os requisitos regulamentares em alguns casos. Alguns compostos como o iodo e o ácido peracético foram mais eficazes em temperaturas mais altas (40 °C), enquanto o cloreto de benzalcônio apresentou melhor eficácia a 10 °C. O tempo de exposição do composto também foi um fator importante, sendo o tempo mínimo de 5 minutos não foi suficiente para garantir a eficácia do composto, sendo recomendada a exposição por pelo menos 15 minutos. Os resultados deste estudo são importantes, mas são necessários estudos adicionais que avaliem a sensibilidade de espécies fúngicas isoladas de determinados produtos deteriorados aos sanitizantes atualmente usados no setor de alimentos em diferentes situações. Principalmente devido à tolerância fúngica a esses compostos, que está bem estabelecida em estudos realizados por nosso grupo de pesquisa. Assim, é fundamental definir as condições para atingir a máxima eficácia destes produtos e sucesso no processo de higiene.
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