Aflatoxina M1 e bifenilos policlorados (PCBs) em leites produzidos em sistemas convencional e orgânico
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Data
2018-03-02Primeiro membro da banca
Reichert, Bárbara
Segundo membro da banca
Sautter, Claudia Kaehler
Terceiro membro da banca
Mohr, Susana
Quarto membro da banca
Granella, Vanusa
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Aflatoxina M1 e bifenilos policlorados (PCBs) são compostos tóxicos carcinogênicos para humanos e ambos tem sua ocorrência difundida pelo leite de modo significativo. Assim, o leite constitui-se em importante fonte de exposição humana a esses compostos também pelo seu expressivo consumo à nível mundial, seja na forma fluida ou de derivados, principalmente por jovens e idosos. O leite orgânico vem ganhando espaço e preferência por muitos consumidores, uma vez que sua produção está normatizada e pode ser certificada conforme preceitos de bem estar animal, sustentabilidade, não utilização de antibióticos, medicamentos sintéticos e homônios, por exemplo, na perspectiva de obtenção de produtos isentos de resíduos. Neste estudo, um total de 84 amostras de leites foram investigadas em relação à ocorrência de AM1 e 63 (75%) confirmaram-se contaminadas acima do limite de detecção. Não foram observadas diferenças significativas na contaminação entre amostras produzidas em sistemas convencionais e orgânicos. Também não houve diferença significativa na ocorrência de contaminação por AM1 entre leites pasteurizados ou crus analisados. Nenhuma das amostras apresentou contaminação acima dos limites máximos permitidos pela legislação brasileira (0,5 μg/kg para leite fluido). Por sua vez, os níveis de onze congêneres de bifenilos policlorados (PCBs) foram avaliados em 60 amostras de leites convencionais e orgânicos coletados em três regiões do Brasil. Os congêneres de quatro DL-PCBs investigados não foram detectados em nenhuma amostra de leite analisada. Os resultados obtidos confirmaram a ocorrência de baixa contaminação pelos PCBs 153 e 180 nos dois sistemas de produção, havendo diferença significativa na concentração média detectada para o PCB 153 nos leites convencionais. PCB 153 apresentou-se em concentrações médias de 0,46 ng g-1 de gordura nos leites orgânicos e de 1,12 ng g-1 de gordura nas amostras convencionais analisadas. O PCB 180 foi detectado em concentrações médias de 0,12 ng g-1 de gordura e 0,18 ng g-1 de gordura em amostras orgânicas e convencionais, respectivamente. Esses níveis detectados estavam de acordo com o permitido pela legislação europeia (40 ng g-1 para somatório de PCBs indicadores). O PCB 153 foi detectado em 50% das amostras de leite convencionais e em 13,33% das amostras orgânicas analisadas. Já o PCB 180 foi detectado em 10% das amostras convencionais e em 6,66% das amostras de leite orgânico analisadas. Não houve diferença significativa entre a ocorrência do PCB 153 e do PCB 180 em leites crus e pasteurizados. A ingestão diária estimada (IDE) de AM1 e PCBs pelo consumo de leites convencionais e orgânicos do Brasil também foi avaliada. Neste estudo, a ingestão diária estimada de AM1, PCB 153 e PCB 180 pelo consumo de leites convencionais e orgânicos não representam um risco toxicológico para a população. Porém, sugere-se a consideração dos dados obtidos e o monitoramento sistemático como subsídio à avaliação do risco benefício envolvido no consumo de leite frente à contaminação por AM1 e por POPs de expressiva toxicidade, como os PCBs. Este estudo foi o primeiro a reportar níveis de AM1 e PCBs em leites orgânicos do Brasil.
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