Qualidade da carne suína: efeito da inclusão de óleo de linhaça e bagaço de uva na dieta
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Data
2019-12-20Primeiro coorientador
Rosado Júnior, Adriano Garcia
Primeiro membro da banca
Emanuelli, Tatiana
Segundo membro da banca
Fruet, Ana Paula Burin
Terceiro membro da banca
Stefanello, Flávia Santi
Quarto membro da banca
Oliveira, Vladimir de
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A inclusão de produtos naturais com ação antioxidante na ração animal, assim como o
uso de diferentes fontes lipídicas, especialmente de ácidos graxos poli-insaturados n-3(AGPI
n-3), são estratégias nutricionais que vêm sendo estudadas para incorporar estes compostos na
carne. A presença de n-3 em carnes tem como principal finalidade promover o apelo
fisiológico-funcional destes ácidos graxos, ao passo que a presença de antioxidantes naturais
pode resultar em efeitos positivos na vida de prateleira do produto, além de contribuir para
uma conotação mais saudável. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da inclusão
na dieta de óleo de linhaça (fonte de ácidos graxos n-3) e de bagaço de uva (fonte
antioxidante) no ganho de peso, características da carcaça, qualidade e vida de prateleira da
carne de suínos. Um total de 44 animais, filhos de matrizes da linhagem F1 (50% Large White
x 50% Landrace) com cachaço da linhagem Embrapa MS115, com peso corporal médio de
48,6 kg, foram distribuídos aleatoriamente em quatro tratamentos com 11 animais por
tratamento (4 machos e 4 fêmeas), foram criados até o peso de abate (120kg), com
fornecimento de alimento e água à vontade e controle semanal do peso corporal. Os
tratamentos consistiram das seguintes dietas: controle a base de farelo de soja e milho
(CONT); com adição de 3% de óleo de linhaça (3%OL); com 3% de óleo de linhaça e 3,5%
de silagem de bagaço de uva em base seca (3,5%SBU); e dieta com 3% de óleo de linhaça e
7,0% de silagem de bagaço de uva em base seca (7%SBU). Durante o procedimento de abate,
foi registrado o peso da carcaça quente e fria, o pH foi medido 45 minutos e 24 horas após a
morte no músculo Longissimus thoracis e lumborum (LTL). Avalio-se após 24 horas visuais
da cor e do marmoreio do músculo, área do olho lombo, espessura da gordura dorsal foi
mensurada no nível da primeira costela, última costela, última vértebra lombar e seção
transversal de meia carcaça entre a 11ª e a 12ª costelas, utilizando um paquímetro digital e a
perda de gotejamento. O músculo LTL foi analisado 24 horas após o abate através da
composição química, perfil de ácidos graxos, perda por cocção, perfil de textura, atividade de
água, pH, coloração, estabilidade oxidativa e proteica, como também análise sensorial, além
da aceitabilidade dos produtos ao longo de sua vida de prateleira por 12 dias de
armazenamento sob refrigeração a 4°C. A inclusão de OL e SBU na dieta dos suínos não
afetou o ganho de peso, gerou um produto final com maior valor nutricional (aumento da
proporção de ácidos graxos poli-insaturados/ácidos graxos saturados (AGPI/AGS) e redução
da relação n-6/n-3, sem afetar os parâmetros sensoriais. A inclusão durante o armazenamento
sob condições comerciais de refrigeração (4ºC) de SBU ao nível de 7% resultou em carne
com similar estabilidade lipídica à dieta controle. Portanto, a adição do OL e da SBU na dieta
de suínos pode ser adotada como uma estratégia para melhorar o perfil de ácidos graxos da
carne e produtos derivados, o 7%SBU evitou o aumento da oxidação lípidica causado pela
incorporação do OL na dieta. Ao mesmo tempo, o emprego de bagaço de uva na dieta de
terminação de suínos, mostrou ser uma alternativa para reciclagem deste resíduo que
apresenta elevado potencial de contaminação ambiental.
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