Organização do trabalho escolar no processo de implementação da BNCC e do Referencial Curricular Gaúcho: limites e possibilidades
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Data
2021-01-27Primeiro membro da banca
Kist, Liane Batistela
Segundo membro da banca
Gama, Maria Eliza Rosa
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A presente pesquisa teve como objetivo estudar o processo de construção de propostas pedagógicas
pelo coletivo de professores no âmbito da Reestruturação Curricular dos anos finais do Ensino
Fundamental e do Ensino Médio de uma Escola Estadual de Educação Básica. Mais especificamente,
buscamos responder o seguinte problema de pesquisa: quais possibilidades e limites são percebidos
no processo de implantação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e do Referencial Curricular
Gaúcho (RCG) nos anos finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio em uma Escola Estadual de
Educação Básica localizada na zona oeste de Santa Maria RS? Para tanto, a metodologia qualitativa
foi escolhida como abordagem para essa pesquisa, pois através dela é possível analisar o cotidiano
escolar, considerando as percepções dos envolvidos. Para a coleta de informações, foram realizadas
observações das formações pedagógicas realizadas na escola no ano de 2019, mediante registros na
forma de notas de campo elaboradas pelo pesquisador, e foram realizados grupos focais com uma
parte dos professores dos anos finais e do ensino médio, os quais foram realizados de forma virtual,
devido à pandemia de Covid-19, no ano de 2020. Dentre as narrativas dos professores é possível
perceber o seu desconforto e descontentamento em receber documentos prontos, os quais não dão
conta das singularidades de cada contexto escolar. As próprias formações que intencionam a
implementação de mudanças no sistema educacional já vêm organizadas e planejadas por alguém que
não conhece o contexto de cada escola, o que corrobora para que tais mudanças ocorram de forma
fragilizada, pois são pouco discutidas com os principais envolvidos, aqueles que estão na ponta do
processo e que serão responsáveis por colocar em prática essas novas diretrizes educacionais, ou
seja, os docentes. Atrelado a isso, considerando o contexto da pandemia, observou-se a exaustão dos
profissionais da educação frente os desafios do ensino híbrido instituído durante a pandemia.
Evidenciou-se que, embora a autonomia escolar venha sendo solicitada e proclamada há muito tempo,
ainda é sinalizada como uma questão frágil, onde os professores questionam a falta de liberdade para
trabalhar nas escolas, mostrando que a questão da gestão democrática e da autonomia escolar ainda
não ocorrem efetivamente. Conclui-se, que é preciso considerar a importância das mudanças
curriculares e o fortalecimento de uma base nacional comum, pois são processos importantes e
necessários para que a educação pública se reinvente e deixe de ser vista como um fracasso.
Entretanto, para que estas ocorram, é fundamental uma organização política educacional voltada para
as reais necessidades pedagógicas, sociais e estruturais de professores, alunos e gestão,
considerando suas particularidades. Bem como, entender a relevância de pensar a escola de dentro
dela mesma, de acordo com a sua realidade, trazendo à participação os principais envolvidos nesse
processo, ou seja, a comunidade escolar, os alunos e, especialmente, os professores.
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