Práticas pedagógicas de professores de história durante o Regime Militar em Santa Maria, RS, (1964-1985)
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Data
2002-07-23Primeiro membro da banca
Weber, Beatriz Teixeira
Segundo membro da banca
Baldissera, José Alberto
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Esta dissertação teve por objetivo investigar, no âmbito da História
da Educação brasileira, como se constituíram as relações de poder entre o
autoritarismo militar brasileiro em suas diferentes expressões, como a
censura, a tortura, o autoritarismo político, etc., e as práticas pedagógicas
de professores de História que atuaram em instituições de ensino de nível
fundamental e médio na cidade de Santa Maria, RS, entre os anos de
1964 a 1985, dando ênfase aos processos educacionais implantados pelos
sucessivos governos militares. Para o desenvolvimento da pesquisa,
utilizei os procedimentos da História Oral, modalidade Histórias de
Vidas, como metodologia de coleta de dados, por meio da rememoração
dos fatos passados que tornam-se importantes fontes de informações
que passam a dar novos rumos ou sentidos à determinados processos
históricos. A pesquisa trabalhou com professores de História, Educação
Moral e Cívica e Organização Social e Política Brasileira, buscando
compreender como se desenvolveram as relações de poder entre o
autoritarismo militar e os trabalhos realizados por estes professores em
sala de aula, num período em que a educação brasileira, principalmente a
disciplina de História juntamente com a Educação Moral e Cívica e
OSPB, buscavam trabalhar a consciência dos cidadãos para a defesa e
exaltação das Forças Armadas, ao mesmo tempo em que buscava-se impedir a formação criativa e crítica em relação às atitudes do governo.
Nesse sentido foram investigadas as influências ou restrições impostas
pelos governos militares no ensino de História e as implicações dos
mesmos para o desenvolvimento do trabalho docente, assim como as
implicações destas restrições na vida particular e profissional dos
profissionais da educação. A ditadura militar instaurada a partir do golpe
de 1964, utilizou-se do ensino de História e do trabalho docente, como
um meio oficial para legitimar os seus atos e decisões governamentais na
medida em que os professores eram impedidos de realizarem um trabalho
criativo e crítico da História, ao mesmo tempo em que eram obrigados a
seguir os programas dos livros didáticos oficial, que correspondia à
ideologia do grupo no poder. Considerando a grande limitação
encontrada pelos professores de História, EMC e OSPB no
desenvolvimento do seu trabalho no período da ditadura militar, este
estudo faz-se necessário para uma melhor compreensão deste período,
uma vez que traz para o conhecimento presente, elementos vivenciados
pelos participantes que viveram sob o medo e a insegurança de um
regime que se dizia democrático e que, na verdade, impedia qualquer tipo
de atuação critica ou criativa no trabalho realizado em sala de aula, pois a
disciplina de História, para o grupo no poder, representava perigo ao
sistema implantado ao abordar assuntos ligados ao poder, mostrando uma
situação diferente da defendida pelo poder em atuação.
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