Processo produtivo de refeições coletivas: uma análise qualitativa
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Data
2003-06-24Primeiro membro da banca
Kubota, Ernesto Hashime
Segundo membro da banca
Cavalli, Suzi Barletto
Metadata
Mostrar registro completoResumo
As toxinfecções alimentares de origem microbiana tem sido reconhecidas como
problema de saúde pública mais abrangente e são devidas, principalmente, por
condições inadequadas de higiene e temperaturas a que são expostos os alimentos
durante o processamento. Pela necessidade de oferecer produtos hígidos e garantir a
segurança do consumidor surgiram os sistemas normatizados como as Boas Práticas de
Fabricação (BPF), que devem ser implantados, de acordo com a legislação atual, em
todos os estabelecimentos produtores/industrializadores de alimentos. Com vista ao
atendimento das recomendações, o objetivo deste trabalho foi analisar qualitativamente
o processo produtivo de refeições no Restaurante Universitário da UFSM, implantando
o Manual de Boas Práticas (MBP). Monitorar o processo de preparação do frango
assado, pois os produtos perecíveis protéicos são considerados os mais importantes em
relação ao controle higiênico-sanitário. Estabelecer ações corretivas para eventuais
falhas no processo. Analisou-se os aspectos físico-funcionais, as condições operacionais
e os recursos humanos da Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN), observando a
ambiência e fluxos de produção, planta baixa, dados arquivados no setor administrativo
e uma lista de verificações das BPF. O monitoramento do processo de preparação do
frango assado foi por meio de análises visuais da higiene ambiental e de pessoal,
análises físicas de tempo e temperatura e análises microbiológicas de bancadas, cubas,
mãos dos manipuladores, frango cru e assado. O estudo bacteriológico foi desenvolvido
em 96 (noventa e seis) amostras que foram submetidas às seguintes análises
microbiológicas: Coliformes totais e fecais, Estafilococus coagulase positivo,
Salmonella spp e Clostridio sulfito redutor apenas para o frango assado. Observou-se
que os aspectos físico-funcionais e as condições operacionais da UAN estão
parcialmente adequadas às recomendações. O manipulador apresenta boas condições de
higiene e recebe treinamentos periódicos. Quanto a temperatura do frango no
recebimento, esta oscilou entre -0,6ºC e 6,0ºC. Entretanto no período inicial da etapa de
pré-preparo 19,28% das amostras encontravam-se em temperaturas superiores a 6ºC.
36,15% das amostras apresentaram temperaturas entre 4º C e 10ºC. No final dessa etapa
65,06% das amostras apresentavam essa faixa de temperatura. O tempo de manipulação
nessa etapa foi superior a 30 minutos para 94% das amostras analisadas. A temperatura
pós-cocção variou entre 82,5ºC e 99,5ºC. Durante a etapa de espera 56,4% das preparações encontravam-se em temperaturas inferiores a 65º e 40,7% permaneceram de
60 a 120 minutos na espera. Durante a distribuição 70,24% das preparações
encontravam-se na faixa de temperatura entre 35ºC e 65ºC. As amostras das bancadas,
cubas e mãos dos manipuladores após a higienização e frango assado demonstraram
ausência dos microrganismos pesquisados. Das amostras de frango cru 9,9%
apresentaram enumeração de coliformes fecais igual ou superior a 15.000 NMP
classificando-as como inaceitáveis. Todas as amostras apresentaram ausência de
Salmonella spp em 25 gramas, mas 6,6% das amostras apresentaram Estafilococus
coagulose positivo. As bancadas e mãos durante a manipulação do frango apresentaram
contaminação por Coliformes fecais. Com base nos resultados, modificações foram
sugeridas e implantadas, alterando positivamente a qualidade do processo produtivo de
refeições.
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