Caracterização de grupos de metabólitos das trufas Sapucay (Tuber Floridanum) produzidas no Brasil
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Data
2022-10-26Primeiro coorientador
Barcia, Milene Teixeira
Primeiro membro da banca
Wagner, Roger
Segundo membro da banca
Godoy, Helena Teixeira
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Os fungos comestíveis encontram-se cada vez mais presentes na culinária mundial em primeira instância pelo potencial organolépico, mas também por suas propriedades nutricionais, capacidade antioxidante, compostos fenólicos e compostos voláteis. As trufas são espécies de fungos comestíveis consideradas iguarias devido ao aroma e sabor intenso e específico. As trufas são ectomicorrizas, ou seja, apresentam mutualismo na associação de fungos com raízes de plantas. Em 2016 foi descoberta no município de Cachoeira do Sul, no estado do Rio Grande do Sul, nas raízes de nogueira pecã, a primeira variedade de trufa brasileira. A espécie encontrada foi denominada de trufa Sapucay (Tuber floridanum A. Grupe, Sulzbacher & M.E. Sm). Devido ausência de estudos sobre esta espécie, o presente trabalho proporcionou os primeiros dados qualitativos e quantitativos referentes a importantes classes de metabólitos da trufa Sapucay (Tuber floridanum A. Grupe, Sulzbacher & M.E. Sm). Assim, amostras foram colhidas mensalmente, entre os meses de setembro, outubro a dezembro, por dois anos (2020 e 2021), para avaliar a composição química da trufa Sapucay ao longo de sua maturação. Foram realizadas análises de composição centesimal conforme metodologias estabelecidas pela Association of Official Agricultural Chemists (AOAC) e também a determinação dos ácidos graxos por cromatografia gasosa (GC/FID). Extratos metanólicos das amostras foram utilizados para a determinação dos compostos fenólicos, por cromatografia líquida (LC) acoplada a um detector de arranjos de diodo (DAD) e a um espectrômetro de massas triplo quadrupolo (MS) (LC-DAD-MS/MS), além da capacidade antioxidante pelo método ORAC (capacidade de absorção do radical de oxigênio). A composição das substâncias voláteis foi realizada por cromatografia gasosa (GC/MS). Na composição centesimal das trufas foi destacado o valor proteico das amostras em massa seca, que variou entre 21,73 a 26,21%. Os compostos fenólicos majoritários encontrados, tanto nos extratos de trufas livres como nos extratos de trufas ligados, foram o ácido elágico e a quercetina-3-glicosídeo. Em relação aos compostos voláteis majoritários encontrados tanto nas trufas in natura, quanto submetidas a processo de cocção, 1-octen-3-ol, 2-octenal, (E) e octanona. Nas trufas cozidas foram encontrados em menor quantidade. Foi possível constatar a diferença entre os diferentes períodos de maturação e safras, indicando efeitos significativos das influências sazonais em sua composição.
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