Mercadoria e significações: práticas das editoras independentes no Brasil
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Data
2022-10-31Primeiro membro da banca
Ribeiro, Ana Elisa
Segundo membro da banca
Barcellos, Marília de Araújo
Metadata
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O presente trabalho disserta sobre o mercado editorial independente no Brasil e as significações atreladas ao independente por seus publicadores, inseridos no contexto de crise do mercado editorial, bem como da pandemia de COVID-19. Assim, o problema da pesquisa questiona: quais são os caminhos trilhados na produção independente brasileira? Como objetivo geral da dissertação, buscamos analisar como se configura o mercado de publicações independentes no Brasil, em um contexto de instabilidade do mercado editorial e pandemia. E como objetivos específicos procuramos refletir sobre os atores do mercado editorial independente; investigar as significações atreladas à produção independente por esses atores; averiguar de que maneira a pandemia afetou o nicho de publicações independentes. Propomos uma discussão sobre o que é ser independente através da análise dos trabalhos de Cristina Lyra Couto De Souza (2011), José de Souza Muniz Jr (2016), Leandro Müller (2017), Raquel Vitorelo (2019), Julia Contreiras (2019), Samara Mírian Coutinho (2020) e Maria Luísa Acioli Falcão de Alencar (2020). Os passos metodológicos tomados no trabalho foram inspirados nas práticas e conceituações da netnografia através de Robert Kozinets (2014). Para tanto, realizamos uma observação participante como forma de entrada no campo no grupo de leitura e tradução promovido pela Edições Tijuana. Foi realizada a aplicação de questionários voltados a publicadores, editoras e coletivos independentes como ferramenta de coleta de dados e contato com editores. Posteriormente realizamos entrevistas para desenvolver ainda mais algumas questões advindas dos questionários e outros pontos que surgissem dos próprios publicadores. Apresentamos uma sistematização após os relatos obtidos nas entrevistas em por meio dos conceitos de capitais de Pierre Bourdieu (2008; 2018) e as racionalidades do consumo de Néstor García Canclini (1992; 2008), para entender como os produtores veem o independente no Brasil, e como navegam suas questões mercadológicas em relação a sua produção artística e pessoal. Assim, podemos notar como a coletividade se mostra muito presente no cenário das publicações independentes, com forte senso de comunidade. É possível inferir um perfil comum entre os publicadores de alta formação acadêmica em sua maioria, fator que precisa ser ponderado ao questionar as estruturas do movimento. Fatores econômicos aparecem tanto como uma dificuldade quase constante dos publicadores, mas também que é aceito como parte de seu dia a dia, sem esperar tanto um grande retorno neste sentido, que valorizam muito mais outras formas de retorno. Por fim, a questão sobre o que é ser independente no Brasil continua sem resposta definitiva, segue uma busca constante e sempre mutável, com diversas definições possíveis.
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