De pedagogo para pedagogo: diálogos a respeito da criança com altas habilidades/ superdotação
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Data
2022-10-14Primeiro membro da banca
Castro, Sabrina Fernandes de
Segundo membro da banca
Dal Forno, Leticia Fleig
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Ao se pesquisar sobre as pessoas com indicadores de Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD) a literatura apresenta escritas sobre seu processo de identificação, os mitos que os rodeiam, e a falta de conhecimento dos professores regulares sobre esses temas, entre outros. Pensando-se que os estudantes com AH/SD frequentam escolas, e que os professores regulares de turma são os que mais trabalham com eles, buscamos com este trabalho investigar a prática dos pedagogos atuantes nos anos iniciais do Ensino Fundamental, no que tange as AH/SD, a fim de colocá-los como agentes principais no trabalho com esses estudantes. Para responder a esta questão, o presente estudo qualitativo, de caráter exploratório, tem o objetivo de analisar as narrativas dos pedagogos sobre as AH/SD, a fim de reconhecer como os conhecimentos sobre o tema são associados às práticas pedagógicas com estes alunos; intermediar um grupo de estudo e discussão com os professores para conhecimento e mudança de paradigma sobre AH/SD; e, sugerir uma proposta de formação de professores que proporcione impacto real em sua prática pedagógica. Neste estudo participaram seis pedagogas atuantes tanto em salas de aula, como na equipe diretiva de uma escola da Rede Municipal de Santa Maria -RS. Para o levantamento de dados acerca de suas concepções sobre o tema das AH/SD, organizamos quatro encontros sob a metodologia de Grupos Focais, apoiando-se em Gatti (2005) e Barbour (2009). Inicialmente, foram aplicados questionários online que coletaram as concepções prévias de cada participante. Após esta etapa, foram conduzidas discussões sobre o tema e os resultados dos questionários, podendo-se assim acompanhar as mudanças de postura decorrentes das interações em grupo. A análise de conteúdo foi realizada a partir dos estudos de Bardin (2011), uma vez que visa compreender o conteúdo que está implícito nas falas dos participantes. Os resultados apontaram que o conhecimento específico acerca do público com AH/SD está pouco disseminado nas escolas, pois os professores demonstraram que ainda se baseiam no senso comum, e por vezes perpetuam alguns mitos acerca destes estudantes em suas colocações (RENZULLI 1978, 2014, 2021; VIRGOLIM, 2014; WINNER, 1998). A análise das narrativas de práticas pedagógicas com estes alunos aponta que os docentes recorrem a experiências anteriores para embasar suas práticas, o que pode levar a avaliações equivocadas (ALENCAR E FLEITH, 2005, PÉREZ E FREITAS, 2014), invisibilidade destes educandos (PÉREZ, 2003, SABBAG E ARANTES-BRERO, 2017), entre outros. O que ficou evidente foi o grande interesse destes professores em aprender mais sobre o tema das AH/SD, demonstrando que possivelmente a lacuna da falta de conhecimento esteja na formação inicial e continuada dos cursos de formações de professores. Observando-se a mudança de postura acerca do conhecimento sobre AH/SD, que foram se tornando mais fatuais e acuradas e menos míticas por parte dos participantes da pesquisa, concluímos que encontros de grupos focais podem ser uma indicação de metodologia válida para a efetivação prática de formações continuadas mais relevantes nas escolas. A partir disso, o produto de mestrado profissional desta pesquisa é a estruturação de uma proposta de formação a partir de grupo focal: questionar, debater e construir conhecimento sobre AH/SD por meio do diálogo entre professores.
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