A criança surda e a escola bilíngue: discursividades sobre a infância surda
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Data
2022-12-12Primeiro membro da banca
Klein, Madalena
Segundo membro da banca
Salva, Sueli
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Esta dissertação foi produzida sob a linha de pesquisa em Educação Especial,
Inclusão e Diferença do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade
Federal de Santa Maria. Provocada pelo problema de pesquisa - É possível criar a
presença de um devir-criança no contexto da Educação Infantil no que diz respeito
à malha discursiva sobre a criança surda na educação de surdos? -, busquei
compreender as práticas discursivas acerca da Educação Infantil na escola de
surdos. Nessa atmosfera, assumo como grade de leitura teórico-metodológica os
Estudos Surdos, área de estudo e investigação educacional que tem em sua
centralidade o sujeito surdo, que abarca concepções linguísticas, culturais e
identitárias. Inspirada pelos Estudos Culturais, procurei compreender como as
práticas culturais circulam no contexto da vida das pessoas surdas, produzindo
formas de ser surdo na escola bilíngue e suas reverberações na inserção da criança
surda nesta comunidade. Com os estudos decoloniais, encontro possibilidades
pedagógicas para as insurgências dos acontecimentos na Educação Infantil como
momento de criação e potência para reconhecer na infância surda o devir-criança,
criando modos outros de ser e viver a infância surda. Contribuindo para a tessitura
conceitual da pesquisa, foram articuladas as noções de discurso, relações de poder,
governo da infância, experiência e escola, operadas neste estudo sob a perspectiva
pós-estruturalista. Como materialidade, encontro as marcas discursivas produzidas
pelos documentos normativos: a Resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2009, que
fixa as Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil, e o documento da Educação
Infantil na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que trata da Educação Infantil
no Brasil, como também os discursos produzidos pelos documentos elaborados pela
comunidade surda: as Portarias nº 1.060/2013 e n/91/2013 do MEC/SECADI, o
Relatório sobre a Política Linguística de Educação Bilíngue – Língua Brasileira de
Sinais e Língua Portuguesa e Ensino de Libras como L1 na Educação Infantil.
Chegando ao chão da escola bilíngue de surdos e em suas discursividades acerca
da infância surda, opero com os documentos escolares: Projeto Político-Pedagógico
e Regimento escolar, como também componho um diário de classe com narrativas
produzidas nesse cenário, as quais entendo como práticas de um discurso que dizem
sobre a criança surda. Encontro nas falas de professores, pais, alunos e da própria
criança manifestações que dizem sobre as representações vividas pela criança
surda no espaço escolar bilíngue. Olhar para a criança na escola de surdos
possibilitou olhar para minha docência e para os encontros que emergem no dia a
dia da escola, como também olhar para a infância surda como o entrelugar, que abre
possibilidades de mudanças e criação, um espaço para o singular, que não
categorize a criança surda na condição somente de aprendiz de uma identidade
surda.
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