Aproveitamento de subprodutos do abate de ovinos: extração e caracterização de colágenos e hidrolisados proteicos
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Data
2023-01-27Primeiro coorientador
Dornelles, Rosa Cristina Prestes
Primeiro membro da banca
Cansian, Rogério Luis
Segundo membro da banca
Rosa, Claudia Severo da
Terceiro membro da banca
Oliveira, Mari Silvia de
Quarto membro da banca
Demiate, Ivo Mopttin
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O objetivo deste trabalho foi utilizar subprodutos do abate de ovinos para obter e caracterizar
colágenos e hidrolisados proteicos, além de melhorar o processo de pré-tratamento da
matéria-prima. Os subprodutos do abate de ovinos mostraram-se uma fonte viável para
obtenção de colágenos e hidrolisados. Foram obtidos e caracterizados colágenos e
hidrolisados utilizando método convencional de pré-tratamento (NaOH 0,1M/48 horas, 1:20
(p/v); EDTA-2Na 0,5 M (pH 7,5)/5 dias, 1:10 (p/v); e álcool butílico 10%/48 horas, 1:10
(p/v)). Os colágenos apresentaram rendimento de 18,0% (cordeiro) e 12,5% (ovelha) em base
seca, espectros de FTIR (colágenos e hidrolisados) e digestibilidade semelhantes, maior
solubilidade em pH ácido e boa capacidade de formação de espuma. O colágeno de ovelha
apresentou maior viscosidade e índice de atividade emulsificante. A SDS-PAGE mostrou
bandas com massas moleculares variando de >250 a 5 kDa para os colágenos e peptídeos de
peso molecular igual/menor que 15 kDa para os hidrolisados. A temperatura de desnaturação
dos colágenos foi de 39,32 °C (cordeiro) e 36,38 °C (ovelha), enquanto os hidrolisados não
sofreram transição térmica. Os colágenos e os hidrolisados apresentaram atividade
antioxidante e atividade antimicrobiana. Também foram avaliadas diferentes concentrações e
tempos de reação de NaOH e EDTA-2N; e diferentes solventes (álcool butílico, álcool etílico
e éter de petróleo) e enzimas (Thermomyces lanuginosus e Lipomax 80) para remoção da
fração não colagenosa das amostras de subprodutos do abate de ovinos. Para remoção das
proteínas não colagenosas o ensaio 3 (NaOH 0,1M e tempo de 48 h) foi o melhor, já para a
desmineralização foi o ensaio 1 (EDTA-2N 0,1M e tempo de 12 h) e para o
desengorduramento foi a solução de éter de petróleo, na concentração de 16%/30 horas. A
aplicação dos melhores ensaios encontrados tornou viável a obtenção de colágeno e seus
derivados em menor tempo, menor custo e de forma menos prejudicial ao meio ambiente.
Com base no estudo de melhoramento do pré-tratamento dos subprodutos foi realizada uma
nova extração e caracterização de colágenos, utilizando os melhores ensaios obtidos. O
rendimento dos colágenos foi de 16,1% (ovelha) e 14,4% (cordeiro) em base seca,
apresentaram espectros de FTIR (amida A, B, I, II e III) e SDS-PAGE (α1, α2 e β)
semelhantes. A temperatura de desnaturação foi de 39,8 °C (ovelha) e de 38,6 °C (cordeiro).
A solubilidade foi maior em pH ácido, a maior capacidade de formação de espuma foi
encontrada para a concentração de 0,5% de amostra, o índice de atividade emulsificante foi de
51,2 m²
/g (ovelha) e 37,8 m²
/g (cordeiro), a digestibilidade foi maior para o colágeno de
ovelha, já o colágeno de cordeiro apresentou maior viscosidade. Os colágenos e os
hidrolisados de subprodutos do abate de ovinos apresentaram potencial de aplicação tanto em
produtos alimentícios, quanto fármacos. Desta forma, esses compostos poderão ser utilizados
no desenvolvimento de novos ingredientes, produtos ou alimentos, melhorando a dieta e
contribuindo para a saúde humana, além de valorizar e possibilitar um destino adequado a este
subproduto.
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