Topologia das violências em rede: uma hermenêutica da docência a partir do caso da professora de Indaial
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Data
2023-01-31Primeiro membro da banca
Conte, Elaine
Segundo membro da banca
Veiga, Adriana Moreira da Rocha
Terceiro membro da banca
Meurer, Heli
Quarto membro da banca
Ferrão, Iara da Silva
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A presente tese busca investigar e refletir sobre as violências em rede, propagadas com auxílio
das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), especificamente no contexto as
plataformas de redes sociais, em sua repercussão no que tange à educação em geral e à figura
docente em específico. Através de uma hermenêutica reconstrutiva sobre um estudo de caso,
busco esclarecer as correlações entre os conceitos centrais violência, plataformas digitais e
educação. A pesquisa parte de estudo do caso que denominamos de “Professora de Indaial”,
envolvendo uma docente pertencente à rede pública de ensino, cuja manifestação em rede social
sobre violência física sofrida em sala de aula, culminou por colocá-la em condição
estigmatizadora. Proponho investigar o modo como a relação entre plataformas de redes sociais
e violência pode contribuir para interpretar a topologia das violências em rede (HAN, 2017) e
como isso impacta a compreensão da mesma no que refere ao exercício da docência e à
formação de professores. Focando em dois aspectos da violência revelados pela interpretação
hermenêutica do caso em estudo, estruturo a tese em dois momentos: 1) a violência de nível
micro, articulando sujeito-sujeito; e 2) a violência de nível macro, articulando plataformasujeito. O texto organiza-se a partir da perspectiva de abordagem da hermenêutica reconstrutiva
(DEVECHI; TREVISAN, 2011). Em termos de referência teórica, a pesquisa considera a
centralidade das plataformas de redes sociais na contemporaneidade e a horizontalização da
socialidade e do poder a partir dessa mudança, pensando a relação entre poder e violência a
partir de Han (2015, 2017, 2018a). Apoiando-se em Žižek (2010), Arendt (1970) e Benjamin
(1986, 2013), propõe investigar como a tensão entre poder e violência se articula nos espaços
de fluxo (CASTELLS, 2016), resultando em violências em rede que afetam a todos,
particularmente a figura docente. A abordagem metodológica considera a netnografia como
procedimento de coleta de dados (KOZINETS, 2015), aliada ao estudo de caso (YIN, 2001).
Os resultados permitem considerar que a temática deveria merecer mais atenção dos currículos
de licenciatura e de todos os cursos de educação superior, ampliando a docência a partir dos
conhecimentos básicos sobre a cultura digital, para além de sua concepção instrumental de
ferramenta. Um segundo aspecto aposta na transformação da base da formação continuada para
profissionais, considerada condição mínima de formação para a cidadania ativa nesse contexto,
tendo a figura docente como reconciliadora do sentido autocrítico da formação cultural e das
redes sociais, combatendo a falsa cultura fabricada nas redes e revigorando/valorizando/a favor
da cultura. A tese propõe a transformação da docência em mediadora de mudança cultural, no
sentido de maior conhecimento sobre a paisagem digital na qual estamos cada vez mais
inseridos.
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