“Estudantes de inclusão não reprovam”: a produção de verdades na/da escola inclusiva
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Data
2023-12-07Primeiro membro da banca
Klein, Rejane Ramos
Segundo membro da banca
Salva, Sueli
Metadata
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Esta pesquisa foi desenvolvida no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFSM, Linha de Pesquisa Educação Especial, Inclusão e Diferença, e constitui uma das pesquisas realizadas pelo Grupo de Pesquisa Diferença, Educação e Cultura – DEC/UFSM. Com o objetivo de problematizar a naturalização da não reprovação de estudantes com deficiência estabelecida como uma verdade no ambiente escolar e sua implicação nos processos de in/exclusão que são ali produzidos, inspiro-me teórico-metodologicamente nos estudos pós-estruturalistas em Educação, mais especificamente nos estudos do filósofo Michel Foucault. Como materialidade a ser analisada anuncio na presente pesquisa três grupos de materiais: documentos legais que apresentam diretrizes educacionais para os sistemas de ensino do país, sejam elas diretrizes relativas à inclusão escolar ou diretrizes gerais sobre as práticas escolares; dados estatísticos do Censo Escolar e da rede de ensino relativos à escolarização dos alunos em processo de inclusão escolar; entrevista com professores regentes de escolas da Rede Municipal de Ensino de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, que tenham estudantes em processo de inclusão em suas salas de aula. Os indicadores apresentaram o contexto da rede de ensino em questão, trazendo o quantitativo de matrículas, turmas, escolas e formação de professores. A partir da análise dos marcos legais e demais documentos orientadores da educação inclusiva, foi possível visualizar a inexistência de orientação e embasamento legal que sustentem os discursos da não reprovação aqui problematizados. Nesse sentido, foi muito importante a escuta de professores que assumem a não reprovação como um imperativo legal, evidenciando-se que tal discurso tem uma construção histórica de origem incerta, entretanto, continua sendo reproduzido nas escolas como uma verdade. Ao olhar para essa prática, os professores começam a refletir sobre os possíveis motivos e impactos que a não reprovação dos estudantes em processo de inclusão gera nesses sujeitos, compreendendo que a forma como são tramados os discursos que operam verdades no cotidiano escolar tem grande importância ao direcionar as ações docentes, as quais podem reafirmar ou desconstruir práticas de in/exclusão presentes no ambiente escolar.
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