“A gente só quer ser estranho como todo mundo”: impacto das estratégias de apoio psicopedagógico sobre a trajetória acadêmica de estudantes no ensino superior
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Data
2024-03-08Primeiro membro da banca
Eidelwein, Monica Pagel
Segundo membro da banca
Souza, Carmen Rosane Segatto e
Terceiro membro da banca
Marquezan, Lorena Inês Peterini
Quarto membro da banca
Negrini, Tatiane
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Este estudo trata da inclusão no Ensino Superior, e busca responder ao seguinte problema: como as estratégias de apoio psicopedagógico repercutem no desempenho e permanência dos estudantes no Ensino Superior? O objetivo geral é compreender o impacto dessas estratégias psicopedagógicas sobre a trajetória acadêmica dos estudantes. Estratégias de apoio psicopedagógico correspondem, neste trabalho, a todo o conjunto de ações e recursos disponibilizados pelas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) com o objetivo de auxiliar os estudantes a superar os obstáculos surgidos no percurso universitário. A análise foi realizada a partir das configurações subjetivas de estudantes da graduação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) em relação às estratégias de apoio psicopedagógico constantes nesta instituição, e do aporte da Teoria da Subjetividade de González Rey e da Psicopedagogia que propiciaram inteligibilidade ao tema. A abordagem de pesquisa se orientou pela Epistemologia Qualitativa de González Rey (1997) em conjunto com a Teoria da Subjetividade e o Método Construtivo-Interpretativo, que convergiram para o olhar complexo e abrangente sobre os sujeitos, a aprendizagem e o contexto da pesquisa. O trabalho interpretativo da pesquisadora repercutiu no corolário de significações que (re)visitou construtos e categorias teóricas e produziu sentidos acerca do impacto das estratégias de apoio psicopedagógico sobre a trajetória acadêmica de estudantes no Ensino Superior. Como resultado, obteve-se que as estratégias de apoio psicopedagógico representam um importante repertório de ações, que envolve acolhimento, afirmação das diferenças entre os seres humanos, possibilidade de construção de sentidos subjetivos às vivências estudantis e reconfiguração subjetiva sobre aspectos da vida acadêmica. Com isso, preconizam o fortalecimento da autoestima dos estudantes, promovem processos autônomos e de autoria de pensamento, e fornecem subsídios para a criação de meios de enfrentamento às situações adversas que acometem o percurso universitário. Ademais, no que tange à aprendizagem, viabilizam a recuperação do potencial subjetivo e criativo, perpetuando a aprendizagem mediante o protagonismo dos estudantes na construção e organização do itinerário no Ensino Superior. Nesse sentido, a educação na vertente inclusiva e a acessibilidade são prioridades das estratégias de apoio psicopedagógico e garantem a continuidade da jornada acadêmica de muitos estudantes, dignificando a existência dos serviços de apoio aos estudantes no espaço universitário. Dessa forma, afirma-se a tese de que as estratégias de apoio psicopedagógico ofertadas aos estudantes do Ensino Superior favorecem a adaptação, o desempenho acadêmico, a permanência e a conclusão do curso, impactando positivamente na trajetória dos estudantes. Por fim, espera-se que essa construção de conhecimento atinja e sensibilize a comunidade acadêmica, em prol do posicionamento ativo dos sujeitos para a eliminação das barreiras à inclusão, o combate à discriminação e a defesa da autonomia e da construção de sentidos pelos/com os estudantes.
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