Antropofagia cultural brasileira e as práticas inventivas de Hélio Oiticica, Paulo Freire e Augusto Boal: contribuições ecologistas e interculturais para a formação de professores(as)
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2013-05-09Metadatos
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A presente pesquisa que trago como Tese de Doutoramento em Educação, na Linha Formação Saberes e Desenvolvimento Profissional (PPGE-UFSM), tem como objetivo contribuir com subsídios teóricos e epistemológicos para a Formação de Professores(as) em geral, e para a Educação Ambiental(EA) em particular, a partir dos pressupostos antropofágicos e das práticas inventivas de Hélio Oiticica, Paulo Freire e Augusto Boal, numa perspectiva intercultural de educação. O referencial que orientou o olhar investigativo e reflexivo do pesquisador (BARCELOS, 2005, 2006) no sentido da produção das informações de pesquisa (JACQUES GAUTHIER, 1998), foi o de estabelecimento de diálogos que privilegiassem os aspectos interculturais (CANCLINI, 2003b) com imaginários e representações sobre as questões ambientais em geral, e a formação de professores(as) em particular, presentes nas produções de orientação cultural antropofágica, pós Semana da Arte Moderna de 1922, selecionadas para esta pesquisa, e das práticas inventivas de Hélio Oiticica, Augusto Boal e Paulo Freire. Ao tentar definir o método desta pesquisa afirmo que esta é do tipo qualitativo e possui características predominantemente de caráter teórico-bibliográfico, embora traga no seu desenho a intenção de investigar o processo de incorporação dos referenciais teóricos em meu processo formativo. Nesse sentido, é acrescentado a ela um caráter também autobiográfico, na medida em que conto sobre as devorações que fiz durante essa caminhada antropofágica, trazendo as proposições educativas que construí: Parangolé, Cama Antropofágica e Painel Coletivo. Tais proposições consistiram em intervenções realizadas em diferentes cenários educativos e tiveram como intuito construir espaços provocativos de reflexão, visando desacomodar idéias e práticas cristalizadas, que, como elites vegetais em comunicação com o solo (ANDRADE, 1924), cultivamos em nosso fazer docente. Os pressupostos antropofágicos e as práticas inventivas dos autores aqui pesquisados contribuem para a formação de professores(as) de maneira geral, e para a EA em particular, na medida em que sugerem a construção de práticas educativas onde o educando deixe de ser mero espectador e passe a ser protagonista do processo educativo. Tal proposição está presente nas ideias de participação, criação e diálogo trazidas pelos autores (OITICICA, 2008; BOAL, 1975; FREIRE).