Erva-mate e atividade antioxidante
Fecha
2005-02-11Metadatos
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Ilex paraguariensis Saint Hilaire (Aquifoliaceae), conhecida popularmente como erva-mate, é uma espécie nativa da América do Sul e tem sua área de ocorrência natural restrita ao Brasil, Paraguai e Argentina. É um produto que ainda tem muito a ser melhorado, principalmente, em termos dos seus usos industriais, a nível internacional. Antioxidantes são compostos que funcionam como bloqueadores dos processos óxido-redutivos desencadeados pelos radicais livres, impedindo os danos gerados por eles, sendo largamente empregados em alimentos, medicamentos e cosméticos, e recentemente, estão sendo usados também em terapias antioxidantes em doenças onde radicais livres estão implicados. Este trabalho tem como objetivo avaliar a capacidade antioxidante do produto erva-mate tipo chimarrão utilizando amostras provenientes do estado do RS e SC, nos meses de junho, julho e agosto, através de ensaios biológicos e químicos. O estudo biológico foi realizado em células eucarióticas da levedura Saccharomyces cerevisiae tratada com amostras de erva-mate em presença dos agentes estressores apomorfina e paraquat durante o metabolismo aeróbico (multiplicação celular). Os resultados obtidos indicam que a capacidade antioxidante das amostras varia significativamente em função do tipo e concentração do agente estressor, das concentrações das amostras, do tipo de erval (nativo ou reflorestado) e do estado produtor (RS e SC). Entre os estados, o RS apresentou maior efeito antioxidante in vivo, onde ervais reflorestados foram mais eficientes como protetores celulares, o contrário ocorreu no estado de SC. A avaliação química se baseou na determinação da Atividade Antioxidante Total (Hidrofílica e Lipofílica), onde se verificou a capacidade da amostra em seqüestrar o radical ABTS, do Poder Redutor, onde o íon ferro produzido na reação redox forma um produto colorido quando reage com o radical DPPH, com absorção máxima à 525 nm, e do Efeito Seqüestrante de Radicais DPPH, baseada na capacidade do antioxidante em doar hidrogênio para o radical DPPH provocando a varredura deste do meio de reação, modificando a cor da solução. Os valores encontrados nas análises in vitro mostram que a capacidade antioxidante da maioria das amostras variou significativamente em função do estado produtor e do tipo de erval nos três meses de análise (junho, julho e agosto). A Atividade Antioxidante Hidrofílica foi maior em agosto para todas as amostras, variando entre 0,1336-0,5627 mM Equivalentes de Trolox, para a Lipofílica houve grande variação entre os meses de análise, com os valores ficando entre 4,9516-27,6685 µM Equivalentes de Trolox. Para as demais análises químicas, todas as amostras mostraram maior atividade antioxidante em junho, entre 4,4373-12,4082 mM Equivalentes de Quercetina para Poder Redutor e 4,0221-11,1393 mM Equivalentes de Trolox para Efeito Seqüestrante de Radicais DPPH. Os resultados foram obtidos através da construção de curvas padrão, tratados estatisticamente através de análise de variância (ANOVA) e pós-Teste de Tukey utilizando o programa Microsoft Excel. Todos os testes foram realizados em triplicata. Concluiu-se que a erva-mate, ingerida na forma de chimarrão, possui realmente um ótimo efeito antioxidante quando comparado à outros produtos naturais de ação já comprovada, em sistemas químicos e biológicos, e que esta propriedade pode ser explorada visando a diversificação das formas de consumo, o que facilitaria a expansão da cultura pelo país.