Formação continuada de professores e desenvolvimento institucional de escolas públicas: articulações, dificuldades e possibilidades
Visualizar/ Abrir
Data
2007-06-01Segundo membro da banca
Fusari, José Serchi
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Compreender o desenvolvimento e o funcionamento dos Processos de Formação Continuada realizados em Escolas de Educação Básica (EEB) parece ser um investimento inadiável para que se possa avançar na melhoria da qualificação dos professores em exercício e apontar condicionantes para a efetivação de mudanças nas práticas pedagógicas. Nossa pesquisa, realizada nos anos de 2005 e 2006, procurou encontrar respostas para o seguinte problema: Que aspectos caracterizam e que aspectos condicionam a elaboração e a realização dos processos de formação continuada de professores nas Escolas de Educação Básica de santa Maria e quais relações se estabelecem entre estes aspectos? Trata-se de uma pesquisa qualitativa que envolveu como espaço de pesquisa, 4 escolas de Educação Básica da Rede Pública do Município de Santa Maria. Utilizamos, como fontes de informações, os encontros formativos realizados nestas escolas, além das falas dos 50 sujeitos que construíram nossa amostra real de pesquisa, a saber: 4 profissionais responsáveis pelo planejamento e desenvolvimento das ações de formação continuada das EEB investigadas; 38 professores que participaram dos encontros formativos realizados nas escolas; 8 profissionais convidados para realizarem os encontros formativos com os professores. Utilizamos, como instrumentos de coleta de informações, observações participadas, entrevistas coletivas, entrevistas individuais e roteiros. Identificamos aspectos, da organização e do funcionamento dos encontros, limitadores para que a formação se configure em um espaço de produção coletiva pelos professores. Constatamos que a formação continuada é organizada de forma independente das necessidades e das dificuldades dos professores e da escola de uma forma geral. Os professores pouco participam das decisões acerca dos processos a eles oferecidos. Normalmente os formadores não têm conhecimento dos contextos escolares e dos professores para os quais realizam os encontros. Os professores, por sua vez, acreditam que a solução para seus problemas está em conhecimentos produzidos fora do espaço escolar, principalmente na academia, por isso atribuem aos formadores a capacidade de resolver todos os problemas e dificuldades por eles enfrentadas. Concluímos que, para ocorrerem mudanças significativas nestes processos há de se começar pelo perfil dos formadores, na construção de atividades que potencializem os encontros formativos para a construção de novos conhecimentos pelos professores, na aproximação dos conhecimentos tratados com cada escola e suas especificidades, assim como, na inclusão de estudos sobre a formação continuada a fim de que os professores adotem atitudes mais autônomas e conscientes acerca de seus processos de desenvolvimento profissional.