Formação de professores e desenvolvimento profissional na educação de jovens e adultos
Resumo
Este trabalho apresenta uma investigação-ação vivenciada pela pesquisadora e um grupo de professores da EJA (anos iniciais) do sistema público estadual de Santa Maria. A pesquisa buscou, na perspectiva da investigação-ação, a contribuição de trabalhos colaborativos no desenvolvimento profissional desses professores. O grupo de estudo foi constituído de professores atuantes em EJA que se dispuseram a aprender colaborativamente e a compartilhar saberes e experiências, promovendo uma reflexão crítica, assentada em referenciais teóricos, sobre a sua prática. A formação de professores da EJA merece um olhar especial porque é crescente o número de escolas que oferecem essa modalidade e os cursos de formação de professores não tiveram em seus currículos disciplinas que levassem o professor a pensar a aprendizagem e o ensino dos alunos jovens e adultos. Diante dessa realidade, torna-se fundamental encontrar alternativas de formação continuada para esse professor, que sem essa formação inicial é desafiado a atuar na EJA. A investigação-ação constitui uma possibilidade de formação continuada porque promove uma aprendizagem colaborativa entre todos os sujeitos e a reflexão da prática pedagógica. Assim, fundamentado na investigação-ação, o grupo de professores reunia-se quinzenalmente para planejar e realizar ações. Através da reflexão, momento em que eram construídas problematizações pontuais sobre o trabalho realizado, foi possível produzir conhecimentos acerca da formação de professores e da educação de jovens e adultos. O grupo colaborativo impulsionou o desenvolvimento profissional das professoras, que relataram ter assumido novas posturas como: ruptura com antigas práticas, desenvolvimento pessoal, crença na possibilidade da mudança, construção coletiva de novos conhecimentos, produção de um trabalho inovador, compromisso de estudar e coragem para a divulgação de seus trabalhos pedagógicos em EJA. A experiência evidenciou a importância dos cursos de formação de professores inserirem em seus currículos disciplinas que tratem do aluno jovem-adulto, excluído da escola; da necessidade da universidade aproximar-se do cotidiano das escolas e a validade das escolas organizarem-se de forma colaborativa para formar o professor, propor melhorias e estimular processos de mudança.