CRIATIVIDADE: CAMINHO DESENHANTE PARA ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO DO ADOLESCENTE EM CONFLITO COM A LEI
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Data
2010-03-23Autor
Peripolli, Arlei 
Primeiro orientador
Freitas, Soraia Napoleão
Primeiro membro da banca
Antunes, Helenise Sangoi
Segundo membro da banca
Gil, Joao Pedro Alcantara
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A presente investigação científica teve como suporte basilar as experiências que vivenciei com os adolescentes em conflito com a lei e a necessidade que o querer investigativo suscitou, logo, propus-me pesquisar a temática da criatividade, a qual se constituiu nesta dissertação de mestrado. Esta foi desenvolvida na Linha de Pesquisa LP3 - Educação Especial, na área das altas habilidades/superdotação. Ao defrontar-me com os vários questionamentos que a temática provocou, fui mobilizado em direção à busca por elucidações, indagando o
mundo a minha volta e a mim mesmo, com o desígnio de apreender o que era incógnito. Assim, para auxiliar neste enfrentamento e elencar algumas possíveis respostas a estes, delimitei como objetivo geral analisar descritivamente a criatividade no adolescente institucionalizado, como indicativo para altas habilidades/superdotação e a compreensão desta pelos professores, evidenciado-a nas práticas pedagógicas. Para auxiliar nesta pesquisa delimitei alguns objetivos específicos como: descrever os aspectos de manifestação da
criatividade no adolescente que cumpre medida sócio-educativa; verificar a compreensão dos professores que
atuam no Centro de Atendimento Sócio Educativo CASE sobre criatividade como indicativo para altas habilidades/superdotação; identificar as práticas pedagógicas desenvolvidas e investigar a relação dialógica da teoria e prática destes professores que atendem a este adolescente. Os sujeitos que colaboraram foram cinco professores da Escola Estadual Paulo Freire, localizada no interior do CASE, de Caxias do Sul - RS e dois adolescentes em conflito com a lei e que cumpriam medidas sócio-educativas de internação. O critério utilizado para a escolha deste público alvo obedeceu alguns itens de inclusão e exclusão. Quanto aos professores, foram considerados aqueles com maior tempo de efetivo exercício no magistério, no CASE; que desenvolvem
atividades pedagógicas diretamente ligadas ao adolescente; atuam no ensino fundamental e médio e a equipe gestora da escola. Para os adolescentes, priorizou-se aqueles dentro da faixa etária de 12 a 18 anos; um com mais tempo de internação e outro recentemente recolhido; um que estivesse nas séries finais do Ensino Fundamental, outro no Ensino Médio e, como último critério, ambos deveriam ser indicados pelos professores pesquisados como sendo alunos com capacidade criativa frente aos demais adolescentes. Assim, para responder aos objetivos e a problematização do estudo, foi utilizada a pesquisa descritiva, com interpretação de estudo de caso, visto a heterogeneidade e a busca de coerência com o objeto em questão. Descritiva porque uma de suas finalidades foi observar, resgatar, analisar, e (co)relacionar as informações que foram obtidas nas entrevistas com os sujeitos investigados. Para melhor interpretação dos dados, utilizei a análise qualitativa, pois confrontou informações da realidade que não puderam ser quantificadas. Para fazer o estudo dos depoimentos, buscou-se fundamentação na Análise da Narrativa visto que as histórias e os relatos são lugares comuns na vida diária dos objetos
investigados. Para a coleta e registro das informações foram utilizados instrumentos como: entrevista semiestruturada,
anotações em diário de bordo ou de campo, observações e gravações. A análise das informações foi realizada a partir destes apontamentos e, portanto, permitiu produzir inferências sobre o texto, tal como o conjunto das entrevistas. Considerando as falas destes e os registros das observações, optei por fazer a análise dos dados no transcorrer dos capítulos ao justapor os teóricos em evidência. As práticas pedagógicas favorecedoras da criatividade vêm sendo implementadas e fazem parte do cotidiano deste espaço de aprendência. Verificou-se que há uma preocupação explicita e constante em proporcionar o desenvolvimento/expressão da criatividade por meio de diagnóstico, ações, recursos, formação continuada e de uma gestão participativa e coletiva. O estudo da criatividade que realizei resultou na defesa de uma compreensão desta como uma faculdade ontologicamente inerente ao gênero humano, fundamental ao seu constante processo de desenvolvimento,
conquanto manifesta-se singularmente, dada a riqueza de diversidade existente entre os seres humanos e em suas
relações com a realidade e, no caso dos adolescentes e conflito com a lei, é um indicativo de altas habilidades/superdotação.