A realidade do professor substituto nas universidades da região sul do Brasil: contribuições para a qualidade do trabalho docente
Resumo
Este estudo insere-se na Linha de Pesquisa 1: Formação, saberes e desenvolvimento profissional do Programa da Pós-graduação em Educação da UFSM. O trabalho apresentado teve como propósito principal conhecer a realidade
do professor substituto nas Instituições de Ensino Superior Federais do Sul do Brasil, analisando as possíveis contribuições para a qualidade do trabalho docente.
Esta pesquisa justifica-se pelo fato de que estudos sobre professores substitutos são poucos, por esses serem temporários na IES. Porém, como são docentes de uma
instituição de ensino superior, eles são responsáveis diretamente pelo ensino e formação prestada aos acadêmicos. Assim, esses não podem ser considerados uma categoria dissociada da Universidade, não sendo estudada e analisada nos trabalhos sobre o ensino universitário. Torna-se assim, necessário o entendimento de como esses sujeitos se constituem como docentes, dentro desse contexto em
que permanecem inseridos durante o período de contrato. A abordagem metodológica utilizada para a realização deste estudo foi quanti/qualitativa, considerando que a sua utilização possibilita o desenvolvimento de diferentes
estratégias para a análise dos dados, sejam elas assentadas em princípios de análise de narrativas, seja em procedimentos estatísticos. Participaram da primeira fase todos os professores substitutos contratados durante os anos de 2006 a 2008 das Instituições de Ensino Superior Federais do Sul do Brasil e na segunda, quarenta e cinco (45) professores distribuídos dentro das seis (6) instituições pesquisadas. Das análises precedentes, surge uma constatação geral: esses
docentes estão se construindo como docentes em dinâmicas relacionais, conseguindo produzir conhecimentos, dentro das relações, muitas vezes tensas, construídas dentro da instituição. Em suma, o professor substituto, constrói-se como
docente a partir dessa experiência e as bases para essa construção não é somente a intelectual, mas também a partir de sua história de vida, constituída de aspectos emocionais, afetivos, pessoais e interpessoais. Desse modo, convém ultrapassar a visão professor/objeto, pois ele não é apenas um sujeito que se coloca dentro de uma instituição em uma relação estrita de conhecimento, que processa informações
e a repassa aos seus alunos.