O plural e o singular: o ensino de História entre a formação de professores e o sujeito que narra
Fecha
2013-04-05Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
A presente dissertação é vinculada à Linha de Pesquisa 2 Práticas Escolares e Políticas
Públicas, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa
Maria. Nosso objetivo é pesquisar, através da identidade narrativa de professores formados
no curso de História da UFSM, como a formação inicial tem implicado no trabalho de cada
um deles, em suas trajetórias de vida e em como cada sujeito interpreta o lugar social do
Ensino de História. Para isso, entrevistamos quatro professores. Partindo desse objetivo,
orientamos nossa pesquisa, na qual a identidade narrativa (RICOEUR,1997, 2000, 2006) teve
destaque por meio da abordagem (auto)biográfica (DELORY-MOMBERGER, 2008,
2011)(JOSSO, 2002, 2006). As narrativas demonstraram que, para os professores
investigados, formação é história de vida, é um processo que não se circunscreve a um tempo
determinado ou a práticas formais. Assim, a formação principal está na militância política, na
afirmação da orientação sexual, na luta em movimentos sociais, na influência e exemplo dos
professores-formadores e não apenas no curso em si. Na concepção deles, a formação inicial
se faz sempre presente, inclusive, no que tange às carências, e não pode ser desvinculada do
trabalho, no que se refere às perspectivas teóricas, historiográficas e utópicas da Educação e
do Ensino de História. As narrativas evidenciaram, do mesmo modo, que, em um primeiro
momento, no curso de História da UFSM, o ensino era a maior preocupação, pois a formação
de professores destinava-se, unicamente, ao ensino na educação básica. Contudo, com o
fortalecimento da pós-graduação e a integralização do currículo para a formação do bacharel e
do licenciado, esse cenário, em um segundo momento, mudou e se passou a priorizar a
pesquisa em detrimento do ensino, incentivando a carreira de pesquisador. Segundo os
sujeitos pesquisados, a formação inicial é considerada determinante, uma vez que ela
modifica o acadêmico e o olhar que esse tem acerca da sociedade, da teoria, da política, os
quais vão determinar a forma como atuará em suas práticas didáticas escolares. Foi possível
perceber, também, por meio das narrativas, que o trabalho não é visto apenas como algo
penoso e sim como elemento determinante para a realização profissional. Nos relatos dos
quatro sujeitos, a produção de conhecimento, em sala de aula, é uma práxis recompensadora,
cheia de sentidos. Isso se relaciona às atribuições do lugar social do Ensino de História, que é
visto como tendo um lugar de questionamento da sociedade, essencialmente crítico,
contestador e emancipador para o estudante, espaço de formação de consciência histórica e de
formação política.