Oficinas: a criação de estratégias na educação de surdos
Resumo
O movimento de autoformação de um educador na elaboração de estratégias de educação em oficinas (CORREA, 2000 & 2006) potencializou o desenvolvimento de uma pesquisa interessada em mapear os saberes adquiridos durante a sua imersão na educação em Ciências com surdos, na Escola Estadual de Educação Especial Doutor Reinaldo Fernando Coser, em Santa Maria/RS. O foco desse estudo é relatar através de diários e anotações os movimentos de reflexão do educador a partir da questão como apresentar um conceito em Ciências se não há sinais em LIBRAS? . As anotações foram produzidas durante os estágios em Ciências e na produção de oficinas realizadas através de projetos de extensão na escola durante a graduação em Licenciatura em Química. Tais escritos apontam para o estranhamento da formação de educadores a qual é compreendida com uma maquinaria de subjetivação do corpo do educador (CORREA & PREVE, 2011) cujo efeito é esgotamento da capacidade do educador em criar estratégias diferenciadas de ensinar a fim de responder avaliações . Nessa cartografia (ROLNIK, 2007) (GUATARRI & ROLNIK, 2011) a educação em Ciências com surdos é compreendida como um território de estudo (FREIRE, 1988) em processos de conhecer com vontade (STIRNER, 2001). E dar linguagem (ROLNIK, 2007) a essas sensações presentes nas anotações dos diários emerge como uma necessidade de se falar o que ainda não foi dito aos educadores em Ciências Naturais. Dar espaço para a visualização dessas anotações permite encontrar os saberes adquiridos a partir das bifurcações realizadas pelo educador diante das suas questões as quais compõe o seu processo de autoformação.