Classe hospitalar: acessibilidade na estrutura e organização para o atendimento do público-alvo da educação especial
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2016-07-18Metadatos
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Esta pesquisa vinculou-se à Linha de Pesquisa em Educação Especial do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Maria e contou com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Capes. O estudo partiu da aproximação com o objeto de investigação e do desejo de compreender melhor um ambiente já vivenciado. Assim, teve-se o objetivo de verificar como uma Classe Hospitalar de um hospital público de Santa Maria se estrutura e se organiza para o atendimento educacional de alunos-pacientes público-alvo da educação especial, contribuindo para com a acessibilidade em ambiente hospitalar. Desse modo, a pesquisa delimitou-se como qualitativa do tipo estudo de caso, sendo desenvolvida observação dos espaços de aprendizagem e entrevistas semiestruturadas com a coordenadora pedagógica e as bolsistas do Setor Educacional e, também, com duas mães de alunos em tratamento de saúde. Para maior consistência teórica, exploraram-se autores que abordam a Classe Hospitalar, como Ceccim e Carvalho (1997), Fonseca (1999, 2015), Ortiz e Freitas (2005), Covic e Oliveira (2011), e obras que trazem o conhecimento sobre acessibilidade e o que permeia essa temática no contexto educacional, como as tecnologias assistivas, as adaptações arquitetônicas, de comunicação, atitudinais, pedagógicas e curriculares, como as de Manzini (2007, 2014), Sankako, Oliveira, Manzini (2007); Deliberato (2007); Bersch (2013), Gonçalves (2013), Rocha (2013). Os dados encontrados foram tratados por meio da análise de conteúdo, conforme Bardin (2011). Os achados apontaram que dois meninos receberam o atendimento educacional ao longo do período de 2014 a 2015: um com baixa visão e outro com altas habilidades/superdotação. Verificou-se que houve acessibilidade pedagógica e atitudinal no atendimento educacional de ambos os alunos. Logo, foram oportunizados os materiais necessários para a escolarização desse alunado, as adaptações conforme suas necessidades, bem como currículo e práticas flexíveis. Apesar do aluno com baixa visão não demonstrar muito interesse pelo ensino-aprendizagem, as profissionais da educação sempre estiveram disponíveis para esse atendimento. Quanto ao aluno com altas habilidades/superdotação, este foi estimulado conforme seus interesses, desenvolvendo suas habilidades na área da linguistica, o que resultou na construção e publicação de um livro de poesias. Porém, constataram-se aspectos deficitários em relação à acessibilidade arquitetônica e de comunicação dentro do espaço hospitalar, necessitando de adequações e maiores recursos para atender os educandos com deficiência física, auditiva e visual. As profissionais apontaram a falta de uma formação mais voltada para esse público, pois as disciplinas do curso de Pedagogia não oferecem subsídios necessários para esse atendimento. Outro aspecto mencionado foi a falta de incentivo do poder público, quanto a oferta de recursos e a disponibilidade de uma educadora especial para estar atuando de forma colaborativa nesse Setor. Por fim, apesar de alguns aspectos terem sido positivos em relação ao atendimento educacional, urge uma reflexão no que concernem as melhorias para promover a acessibilidade dentro desse hospital. Espera-se que este trabalho contribua para o universo das pesquisas acadêmicas sobre acessibilidade e, principalmente, para levantar questionamentos e sugestões que corroborem para o trabalho desenvolvido com alunos público-alvo da educação especial na Classe Hospitalar.