Estudo da adição de diferentes prebióticos em micropartículas simbióticas contendo Lactobacillus acidophilus LA-5 obtidas por gelificação iônica interna
Abstract
Os probióticos vêm recebendo crescente enfoque na área de alimentos uma vez que, podem afetar beneficamente uma ou mais funções alvo no corpo quando administrados em quantidades adequadas. Entretanto, a viabilidade destas culturas pode ser prejudicada quando expostas a condições adversas como, por exemplo, o armazenamento em diferentes temperaturas e a passagem pelo trato gastrointestinal humano. Em função disso, tornam-se necessários o estudo e a implementação de novas técnicas que garantam a produção destes em larga escala, e com efeitos benéficos comprovados, podendo assim atender às necessidades do consumidor. Para que o produto possa garantir o efeito benéfico desejado, utiliza-se comumente a técnica de microencapsulação. Dentre as diversas técnicas de microencapsulação, está a gelificação iônica interna. Ainda, para que a viabilidade probiótica possa ser mais prolongada, tem se estudado o efeito dos prebióticos na microencapsulação. Desta forma, o objetivo desse estudo foi desenvolver micropartículas de pectina (1%) e compará-las com micropartículas de pectina adicionadas de diferentes fontes prebióticas a 10%, sendo elas hi-maize, inulina e farelo de arroz, ambas contendo Lactobacillus acidophilus LA-5, utilizando a técnica de gelificação iônica interna. As micropartículas foram produzidas na forma úmida e liofilizada. Foi analisada a sobrevivência dos probióticos sob condições gastrointestinais simuladas, sua viabilidade em armazenamento sob diferentes temperaturas (-18, 7 e 25 °C) por 120 dias, além da sua caracterização físico-química, morfologia e distribuição de tamanho. Para as micropartículas úmidas, houve uma variação de tamanho de 24,4 – 462 μm, enquanto isso, o tamanho das micropartículas liofilizadas variou de 166 μm a 345 μm. As matrizes de encapsulação farelo de arroz e inulina apresentaram a maior eficiência de encapsulação para as micropartículas úmidas, de 91.24% e 90.59%, respectivamente, já para as liofilizadas, a maior eficiência de encapsulação foi resultante da matriz de encapsulação pectina + inulina, de 68,11%. Tanto as micropartículas úmidas como as liofilizadas protegeram os microrganismos frente aos testes gastrointestinais simulados. Quanto ao armazenamento em diferentes condições de temperatura, para as micropartículas úmidas na temperatura de 25 ºC, os probióticos permaneceram viáveis em todos os tratamentos no decorrer dos 120 dias. Já na temperatura de -18 ºC, os tratamentos PHM e PRB foram capazes de manter o microrganismo viável por um maior período de tempo, de 90 dias. A 7 ºC o tratamento PRB se destacou, permanecendo viável ao final dos 120 dias. Já para as partículas liofilizadas, nas temperaturas de 25 ºC e -18ºC, os tratamentos que continham prebióticos mantiveram os microrganismos probióticos viáveis por um maior período de tempo. Em 7 ºC, o tratamento PRBL foi capaz de manter o L. acidophilus viável por 120 dias. Sendo assim, as micropartículas desenvolvidas nesse estudo além de permitirem uma viabilidade estendida do probiótico L. acidophilus, representam uma alternativa viável para a incorporação de simbióticos em matrizes alimentares.
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