Dialética das relações sociais: o trabalho pedagógico dos(as) diretores(as) do Instituto Estadual de Educação Olavo Bilac, RS (1974-2015)
Resumo
Esta investigação insere-se na Linha de Pesquisa LP2- Práticas Escolares e Políticas Públicas do Programa e Pós-Graduação em Educação, do Centro de Educação, da Universidade Federal de Santa Maria. O objetivo geral foi analisar os discursos dos/as diretores/as do IEEOB, no sentido de compreender em que medida eles evidenciam implicações entre o seu trabalho pedagógico e as relações sociais estabelecidas por eles, considerando o período de 1974 a 2017. A partir da perspectiva do Materialismo Histórico-dialético, elaborou-se uma pesquisa de caráter qualitativo, na qual participaram os/as diretores/as do Instituto Estadual de Educação Olavo Bilac, Santa Maria, RS, que ocuparam o cargo no período de 1974 a 2017. O processo de produção de dados aconteceu a partir de documentos do Acervo Histórico Olavo Bilac, Legislações Educacionais, entrevistas e notas de campo. As entrevistas depois de transcritas foram analisadas, assim como foram analisadas as notas de campo, algumas legislações educacionais brasileiras e os documentos do Acervo Histórico Olavo Bilac. Na análise dos dados considerou-se as categorias do método marxista, quais sejam: totalidade, historicidade, contradição e práxis. Constatou-se que os diretores/as ocuparam, na historicidade do IEEOB, lugar central, não apenas no Instituto, como na sociedade de Santa Maria, (re)produzindo relações de poder. Nesse sentido, observou-se que o trabalho pedagógico de alguns/as diretores/as era construído por determinações das políticas públicas ou por interesses políticos daqueles que o/a indicaram ao cargo de diretor, mas era construído também pelas relações sociais estabelecidas por eles. Nesta pesquisa, defende-se a seguinte tese: o trabalho pedagógico dos/as diretores/as constitui-se a partir das relações sociais estabelecidas por eles/as ao longo da vida e a partir do modo de produção capitalista. No movimento inverso, essas relações sociais são impactadas por seu trabalho pedagógico, por seu modo de produção da vida material, produzindo-se, assim, uma relação dialética entre o trabalho pedagógico dos/as diretores/as e as relações sociais contraídas por eles/as, num movimento entre o individual e o social. Na sociedade capitalista, essas relações sociais produzidas no trabalho possuem um caráter alienante e hostis, são, em sua maioria, relações de conflitos e de disputas. No entanto, apesar de, historicamente, estar comprometida com a classe social dominante, a educação é capaz de produzir relações contraditórias. Por isso, a partir do trabalho pedagógico crítico dos/as diretores/as escolares, é possível criar tempos e espaços de superação das relações sociais de submissão e de dominação. Além disso, o trabalho pedagógico dos/as diretores/as escolares, por ser constituído pela dimensão social e política, elementos fundamentais para a formação da consciência crítica, pode contribuir para a práxis social.
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