Colágeno de tilápia: uma alternativa para agregar valor aos subprodutos da indústria de pescados
Resumo
Os resíduos do processamento da tilápia podem chegar até 70% da matéria-prima, devido o alto teor de proteínas. A obtenção de colágeno é uma alternativa promissora para agregar valor a estes resíduos. Os métodos de obtenção de colágeno baseiam-se na hidrólise química e/ou enzimática. Diante deste contexto, este estudo teve por objetivo a obtenção de colágeno a partir de resíduos da tilápia (carcaça, resíduo de carcaça e pele) através de hidrólise química-enzimática. Os colágenos obtidos dos resíduos do processamento da tilápia foram extraídos com pepsina e obtiveram um bom rendimento (%) a estrutura helicoidal tripla foi preservada, o que pode ser confirmado pelas análises de eletroforese (SDS-PAGE) e espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier (FTIR), sendo os colágenos obtidos constituídos principalmente por colágeno do tipo I. Quanto a funcionalidade, os colágenos apresentaram solubilidade elevada em pH ácido e baixa solubilidade em pH elevado, o índice de atividade emulsificante foi superior a gelatinas convencionais. Os pré-tratamentos com e sem peróxido de hidrogênio não mostraram diferença significativas (p<0,05) na composição centesimal e na funcionalidade dos colágenos. O tempo de extração química-enzimática com pepsina apresentou um efeito positivo sobre o rendimento do colágeno sem afetar sua integridade. Pode-se concluir que os resíduos gerados pelo processamento da indústria comprovaram ser uma fonte tecnologicamente viável para extração de colágeno e, os colágenos destes resíduos se mostraram promissores como alternativa aos colágenos tradicionais, com grande potencial de aplicação industrial.
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