Professor orientador de estágio curricular da área da saúde: trajetória profissional e modos de atuação
Resumo
Esta investigação está vinculada a Linha de Pesquisa Formação, Saberes e Desenvolvimento Profissional do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Maria/RS. A pesquisa teve como foco a trajetória profissional e os modos de atuação docente dos professores orientadores nos estágios curriculares supervisionados obrigatórios na área da saúde. A tese foi norteada pelo objetivo de averiguar a relação entre a trajetória profissional e a configuração dos estágios supervisionados nos modos de atuação docente. Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa de cunho narrativo (CLANDININ; CONNELY, 2015; CONNELLY; CLANDININ, 1995). A trajetória de busca envolveu, primeiramente, o reconhecimento do repertório documental da legislação sobre estágios supervisionados na graduação em saúde e dos cursos da saúde de uma Instituição Pública do Sul do Brasil /UFSM articulados com o estado da arte, do conhecimento e sustentação teórica das áreas de conhecimento: educação e saúde. Utiliza-se a entrevista narrativa semiestruturada individual que representa a percepção do professor seguida de análise textual discursiva, traduzindo a percepção das pesquisadoras sobre as narrativas. Participaram do estudo 20 professores orientadores de estágio curricular supervisionado dos cursos de enfermagem, farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, medicina, odontologia e terapia ocupacional. Em um segundo momento, mediante a análise e interpretação dos achados, organizamos e apresentamos os resultados através de três eixos de análise: Conhecendo a trajetória profissional dos professores orientadores de estágios; Concepções sobre os estágios curriculares supervisionados dos professores supervisores de estágio e Vivendo a prática cotidiana: descobertas sobre os modos de atuação docente nos estágios curriculares supervisionados. Esse espectro organizativo da Tese está entrelaçado a criação de figuras denominadas mandalas, as quais representam os achados. O caminho percorrido permitiu identificar que os modos de atuação docente dependem da configuração destes estágios e da trajetória profissional do professor. As narrativas possibilitaram um detalhamento do cotidiano nos estágios e dos modos de atuação, os quais variam com as diferentes concepções de estágio destes professores. Ao compreenderem os estágios como período ápice da formação na graduação compartilhado com orientadores, os professores revelaram a importância da sua presença ao acompanhar o estagiário no fazer da profissão, o contrário ocorre quando concebem os estágios como um período pré-profissional autônomo em que a presença do preceptor substitui o professor que permanece com funções organizativas. Os professores não realizaram formação pedagógica específica, todavia constatou-se um movimento de autoformação bastante peculiar. A inter-relação humanizada está enraizada no fazer da docência em saúde e ao considerarmos a práxis nos estágios curriculares supervisionados afirma-se que existe um heptágono inter-relacional da área da saúde. Há a necessidade imperativa de reflexão sobre o que o estágio representa na graduação, uma vez que existe uma problemática instituída quanto ao que se entende por perfil generalista, autonomia na formação, funções do professor orientador, assim como pela diversificada interpretação da lei e pela relação serviços de saúde e IES formadoras. Considerando a narrativa dos professores participantes, dois cursos em todos níveis de atenção mantém o professor orientador presente nos campos de estágio dando suporte pedagógico, teórico-prático e relacional ao estagiário.
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