Subjetividades maternas: as mães do GAIA e as práticas de consumo alimentar no Facebook
Fecha
2023-01-24Primeiro membro da banca
Polivanov, Beatriz Brandão
Segundo membro da banca
Siqueira, Monalisa Dias de
Terceiro membro da banca
Oliveira-Cruz, Milena Carvalho Bezerra Freire de
Quarto membro da banca
Rudnicki, Carlise Porto Schneider
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
A pesquisa tem como cenário as relações de consumo nas quais as mães, por meio
de suas práticas coletivas, apontam para as intersecções entre subjetividades
maternas e o consumo. A partir de um referencial teórico pautado pelos Estudos
Maternos (MENDONÇA, 2014) e pelos Estudos do Consumo, que articula os campos
da comunicação, da cultura e do consumo (BARBOSA; CAMPBELL, 2006;
DOUGLAS; ISHERWOOD, 2004; SLATER, 2002; MILLER, 2002; 2011; 2013; MILLER
et al., 2019), entendemos que as práticas sociais envolvem o ato de consumir como
eminentemente cultural e, portanto, estão imbricadas no cotidiano dos agentes
sociais, demonstrando seus valores, relações estabelecidas ou pretendidas e suas
subjetividades. Por meio de uma etnografia para a internet (HINE, 2015), analisamos
as práticas de consumo no GAIA – Grupo de Apoio à Introdução Alimentar.
Perguntamos: quais são as relações possíveis entre as práticas de consumo das
mães e a percepção das suas subjetividades maternas? Ressaltamos que a
maternidade e a maternagem compreendem diferentes significados que nos auxiliam
na reflexão sobre a produção e propagação de subjetividades e as suas possíveis
relações com as práticas de consumo, dentre elas o ativismo (FONTENELLE, 2017;
FONTENELLE; POZZEBON, 2018; PORTILHO, 2003). Observamos que o GAIA,
como um coletivo de mães no Facebook, é um espaço delineado pela importância de
informações oficiais sobre a introdução alimentar, pela especificidade de
funcionamento da comunidade e a efetiva interação dos indivíduos envolvidos em sua
constituição. As mulheres têm fomentado o ativismo do consumo por meio das redes
sociais, transformando-as em espaços de compartilhamento de subjetividades
inerentes à maternidade, em alguns aspectos reverberando no ideal materno
desenvolvido pela ordem patriarcal. As práticas de consumo se configuram em três
categorias analíticas: a) as subjetividades da maternagem; b) ativismo no consumo
de alimentos saudáveis na IA – Introdução Alimentar e; c) guias para o fazer materno.
Os dados etnográficos revelaram um ideal de mãe que se mostrou militante na
alimentação saudável para o filho, incentivadora da produção das refeições para a
família, em detrimento dos produtos industrializados, e que exalta a criança com
devoção. É possível reconhecer na atuação dos dispositivos, Zanello (2018) a
continuidade da atribuição da maternagem à mulher como vocação e para o homem
como um reconhecimento com mérito. Os Guias no GAIA, além de fornecer
informações de suma importância para as famílias, os guias também assinalaram
formas indicadas de cuidar, aceitas pelo grupo.
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