Efeitos da dieta hiperlipídica suplementada com óleos vegetais nos parâmetros metabólicos e inflamatórios em ratos Wistar
Abstract
O consumo de gordura trans é fortemente associado ao desenvolvimento de
doenças cardiovasculares (DCV) por sua ação sobre os lipídios plasmáticos e por
atuarem em processos inflamatórios, sendo que os óleos vegetais são utilizados
pela população para a prevenção dessas doenças. O objetivo deste trabalho foi
determinar o efeito do consumo de dieta hiperlipídica suplementada com óleo de
coco, óleo de abacate e óleo de chia nos parâmetros metabólicos e inflamatórios em
ratos wistar. Após sete dias em período de adaptação, 35 ratos wistar machos
receberam por 45 dias dieta padrão (TC), dieta hiperlipídica e soro fisiológico
(DHSF), dieta hiperlipídica e óleo de coco (DHCO), dieta hiperlipídica e óleo de
abacate (DHAB) e dieta hiperlipídica e óleo de chia (DHCH), sendo que os óleos
foram ofertados por gavagem na quantidade de 0,8 mL/kg de peso corporal. O
consumo da dieta e níveis séricos de TG foram maiores no TC. O peso do fígado foi
maior nos grupos DHCO e DHAB, sendo que não houve diferença estatística entre
os grupos (p< 0,05) quanto ao ganho de peso, peso de gordura epididimal e níveis
séricos de CT, HDL e LDL. Concentrações plasmáticas mais elevadas de IL-1, IL-6,
TNF-α e IFN-γ foram encontradas nos grupos DHSF, DHCO e DHAB e as menores
nos grupos TC e DHCH. A IL-10 foi maior no grupo DHCH. Na análise morfométrica,
o grupo DHCH apresentou aumento do número de células e redução na área do
citoplasma das mesmas. A intervenção do consumo de dieta hiperlipídica com ácido
graxo trans permitiu observar que a alteração do perfil lipídico é precedida de um
ambiente inflamatório sistêmico, o qual é modulado pelo ácido graxo ômega 3 (α-linolênico), presente no óleo de chia, o qual reverteu este quadro, mas não
sobrepõe-se ao consumo de uma dieta equilibrada observada pelo grupo TC. Isto
comprova que a intervenção dietética para prevenir a ocorrência de DCV deve estar
associada a escolhas adequadas da ingestão de lipídios, mantendo um aporte
adequado de ácido graxo ômega-3, evidenciado no trabalho pela diminuição das
citocinas pró-inflamatórias (IL-1, IL-6, TNF-α e IFN-γ) e aumento da IL-10 considerada anti-inflamatória.