Suplementação de jundiás com óleos da Amazônia:desempenho, composição química e estabilidade oxidativa de filés
Resumo
Este trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência da suplementação na dieta de jundiás com mistura de óleos de buruti e murumuru, in natura ou esterificado enzimaticamente, sobre respostas biológicas, composição química, estabilidade oxidativa e características sensoriais de filés. Fêmeas de jundiás foram alimentadas com as dietas experimentais durante 8 semanas. Os parâmetros de crescimento dos peixes foram avaliados. Posteriormente ao abate, os filés foram congelados pelo período de 12 meses. Após o abate, foram avaliados a composição centesimal, os compostos voláteis e análise sensorial por ordenação de preferência dos filés cozidos. Avaliou-se também a influência da alimentação dos jundiás sobre a oxidação lipídica e proteica de filés congelados no período de 3, 6 e 12 meses de congelamento. Além disso, avaliou-se o teor de vitamina E dos filés. O perfil de ácidos graxos dos filés foi avaliado após o abate. Foi avaliada a degradação do ácido graxo C22:6n3. A suplementação com óleo esterificado apresentou os melhores resultados quanto ao crescimento, comprimento total, biomassa total e crescimento específico. Os diferentes tratamentos não acarretaram em alterações na composição centesimal dos filés. Os ácidos graxos presentes na dieta se refletiram na composição dos filés para todas as suplementações. Dietas contendo óleos da Amazônia apresentaram maiores valores de ácidos graxos monoinsaturados. Quanto à análise sensorial, a suplementação com óleos da Amazônia não mostrou diferença na preferência para o odor dos filés cozidos. Poucos compostos voláteis foram detectados e hexanal teve maior quantidade na suplementação com óleo de soja. O conteúdo de dienos conjugados aumentou em três meses de congelamento para todos os tratamentos. Para o valor de peróxidos, suplementação com óleos Amazônia esterificado apresentou menores valores em comparação com os outros tratamentos. Um aumento nos valores de TBARS ocorreu em 12 meses de congelamento dos filés e BME apresentou os menores valores. Após 12 meses de congelamento, houve degradação de aproximadamente 40% de C22:6n3 para suplementações com óleo de soja e buriti+murumuru esterificado. Houve uma redução na quantidade de proteínas carboniladas após 3-6 meses de congelamento. Proteínas sulfidrílicas não alteraram ao longo do armazenamento para todos os tratamentos. Houve uma diminuição da dureza dos filés em 12 meses de congelamento para todos os tratamentos. Em suma, a suplementação com misturas de óleos (buriti+murumuru) diminui a formação de compostos de oxidação lipídica e leva a menores compostos voláteis de oxidação lipídica e proteica.